Vilnius

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Vilnius
Vilnius
Vista de Vilnius
Vista de Vilnius
Bandeira oficial de Vilnius
Brasão oficial de Vilnius
Bandeira Brasão
Localização de Vilnius
Localização de Vilnius
País  Lituânia
Área  
  Total 401 km²
População  
  Cidade (2016) 544.386 hab.
Website: www.viunius.lt
Centro Histórico de Vilnius 

Tipo Cultural
Critérios ii, iv
Referência 541
Região Europa e América do Norte
Países  Lituânia
Coordenadas 54° 41′ N, 25° 17′ L
Histórico de inscrição
Inscrição 1994

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

Vilnius[1][2][3] (pronunciado em lituano[ˈvʲɪlʲnʲʊs] (escutar)), Vílnius[4][5] (pronúncia em português europeu [ˈviɫniuʃ]; pronúncia em português brasileiro[ˈviwnius]) ou Vilna[3] é a capital da República da Lituânia. É a cidade mais populosa do país, com cerca de 600 mil habitantes.

Sendo uma cidade multicultural, Vilnius é conhecida por diversos nomes em diferentes línguas. A cidade é conhecida em polaco como Wilno, em bielorrusso como Вiльня (Vilnia), em alemão como Wilna e em letão como Viļņa. Uma antiga denominação em russo é Вильна/Вильно (Vilna/Vilno), embora Вильнюс (Vil'njus) é atualmente mais habitualmente usada. Os nomes Wilno e Vilna também foram usados em publicações mais antigas em várias línguas, incluído o português. O Centro Histórico de Vilnius (conhecido como Cidade Velha), datado do século XVI, foi considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, em 1994.[6]

História[editar | editar código-fonte]

Catedral de Vilnius, em 1912.

Alguns historiadores identificam a cidade Vilnus com Voruta, a lendária capital de Mindaugas, que foi coroado rei da Lituânia em 1253. A cidade foi mencionada pela primeira vez em escritos de 1323, nas cartas do Grão-duque Gediminas, que foram enviadas a cidades alemãs e convidavam judeus e alemães para se estabelecerem na cidade. Em 1387 a cidade recebeu de Jogaila, um dos sucessores de Gediminas, os Direitos de Magdeburgo.

Entre 1503 e 1522 a cidade foi cercada por muralhas, que tinham nove pórticos e três torres. Vilnius atingiu o pico do seu desenvolvimento sob o reinado de Segismundo II Augusto, que estabeleceu sua corte ali em 1544. Nos séculos seguintes, a cidade cresceu e se desenvolveu, em parte devido à criação de sua universidade pelo rei Stefan Batory em 1579. A universidade logo tornou-se um dos mais importantes centros científicos e culturais da região, e o mais notável centro científico da Comunidade Polaco-Lituana. Atividades políticas, econômicas e sociais se desenvolviam na cidade. Em 1769 foi fundado o cemitério de Rasos, um dos mais antigos da cidade.

O único pórtico que resta da muralha da cidade.

Durante o rápido crescimento de Vilnius, a cidade se abriu à imigração e também a migrantes de vários pontos do Grão-Ducado da Lituânia. Durante a Guerra Russo-Polonesa (1654-1667) a cidade esteve sob ocupação russa por vários anos. Neste período foi pilhada e incendiada, e sua população massacrada. Depois de um período de estagnação, atingiu os 200 mil habitantes no início do século XIX, tornando-a a maior do norte da Europa.

Em 1795, a cidade foi anexada pela Rússia. Durante a ocupação russa a cidade foi destruída e, por volta de 1805, apenas um dos pórticos da muralha ainda resistia. A cidade foi sitiada por Napoleão Bonaparte em 1812 durante a Campanha da Rússia.

Após o Levante de Novembro, em 1831, a universidade foi fechada e a repressão russa interrompeu o desenvolvimento da cidade. Durante o Levante de Janeiro em 1863 uma luta intensa ocorreu na cidade, mas foi brutalmente reprimida por Mikhail Muravyov, apelidado pela população de "o enforcador". Depois deste levante, o uso das línguas polonesa e lituana foi banido.

Durante a Primeira Guerra Mundial a cidade, como o resto da Lituânia, foi ocupada por tropas alemãs entre 1915 e 1918. O "Ato de Restauração da Independência da Lituânia" foi proclamado a 16 de Fevereiro de 1918. Depois da retirada alemã, batalhões de lituanos foram formados para resistir à ocupação russa. Vilnius mudou de mãos diversas vezes: durante certo tempo, esteve nas mãos de forças de auto-defesa polonesas que resistiram aos bolcheviques. Depois, retornou ao controle do exército polonês, para logo cair em mãos dos soviéticos. Logo após a batalha de Varsóvia, em 1920, o Exército Vermelho, em retirada, devolveu a cidade ao controle lituano, assinando um tratado de paz em 12 de julho de 1920.

A Polônia também reconheceu a cidade como parte da Lituânia através do Tratado de Suwalki, assinado a 7 de outubro do mesmo ano. Entretanto, no dia 9 do mesmo mês, o Exército polonês sob o comando do general Lucjan Żeligowski rompeu o tratado e sitiou a cidade, proclamando-a um estado separado, a República da Lituânia Central (Vidurio Lietuvos Respublika). A 20 de fevereiro de 1922, toda a região foi anexada à Polônia, tendo Vilnius como capital do voivodato de Wilno. O governo lituano deslocou-se provisoriamente para Kaunas, afirmando que a Polônia ilegalmente anexara parte de seu território. As relações diplomáticas entre os dois países permaneceram cortadas até 1938. Durante este período, a maioria de sua população era composta por poloneses e judeus, sendo os lituanos apenas 0,8% dos habitantes.

Sob o domínio polonês, a cidade retomou seu desenvolvimento. A universidade foi reaberta e sua infraestrutura foi bastante melhorada. Por volta de 1931 a cidade tinha 195 mil habitantes, tornando-a a quinta da Polônia. Entretanto, muitos lituanos contestam este cenário de desenvolvimento, ao afirmar que o padrão de vida em Vilnius na época era muito inferior ao de outras regiões lituanas no mesmo período.

Em 19 de setembro de 1939, como consequência do Pacto Ribbentrop-Molotov, Vilnius foi sitiada e anexada pela União Soviética. A 10 de outubro do mesmo ano, após um ultimato soviético, o governo lituano aceitou a presença de bases militares soviéticas em vários pontos do país em troca da devolução da cidade à Lituânia. Apesar da mudança da capital lituana de Kaunas para Vilnius ter se iniciado logo em seguida, o país foi ocupado em Junho de 1940 por tropas soviéticas, antes que este processo fosse concluído. A Lituânia tornou-se uma república soviética, e cerca de 40 mil de seus habitantes foram presos e deportados para gulags no extremo leste da URSS.

Em Junho de 1941 a cidade foi sitiada pelos alemães. Dois guetos foram estabelecidos no centro da cidade, o menor deles foi liquidado em outubro do mesmo ano e o maior em 1943. Um levante neste último foi sufocado em 1 de setembro de 1943. Cerca de 95% dos 57 mil judeus da cidade foi morta pelas unidades alemãs.

Em julho de 1944 Vilnius foi retomada pelas tropas soviéticas, tornando-se novamente capital da República Socialista Soviética da Lituânia. Com o fim da Segunda Guerra Mundial um grande número de poloneses foi expulso de toda a Lituânia, incluindo Vilnius, e enviado para os novos territórios poloneses. A migração de lituanos para a cidade mudou seu perfil demográfico.

A Cadeia Báltica, que ocorreu em 23 de Agosto de 1989 nos três países bálticos, chamou a atenção do mundo para o desejo de retomar as independências perdidas, e teve um dos seus extremos em Vilnius. A 11 de março de 1990, o Conselho Supremo da República Socialista Soviética da Lituânia anunciou sua independência da URSS e a restauração da República da Lituânia como país independente. Os soviéticos responderam a 9 de janeiro de 1991 com o envio de tropas. A 13 de janeiro do mesmo ano, 14 civis foram mortos e mais de 700 severamente feridos. A URSS finalmente reconheceu a independência lituana em agosto de 1991. A partir daí, a cidade rapidamente transformou-se, buscando apagar seu passado soviético e tornar-se uma moderna capital da Europa. Muitos de seus antigos edifícios foram renovados, e um novo centro comercial e de negócios foi criado ao norte do rio Neris. A Torre Europa, de 129 metros de altura, faz parte deste projeto de renovação.

Em 2009 Vilnius foi, conjuntamente com Linz, a Capital Europeia da Cultura.

Localização[editar | editar código-fonte]

Bandeira de Vilnius.

A cidade de Vilnius se localiza em (54°41′N 25°17′E / 54.683°N 25.283°E / 54.683; 25.283), na confluência dos rios, Vilnia e Neris. Acredita-se que o nome da cidade tenha sua origem do nome do rio que atravessa a capital do país, o rio Vilnia.

Próximo de Vilnius está o Centro Geográfico da Europa.

Vilnius não está localizada na região central do país, pois houve muitas mudanças nas fronteiras do país com o passar dos séculos; Vilnius, no entanto, já foi geograficamente e culturalmente o centro do Ducado da Lituânia. Está atualmente a apenas 30 km da fronteira com a Bielorrússia.

A cidade se localiza a 312 quilômetros do Mar Báltico e da cidade litorânea/portuária de Klaipeda. Vilnius está conectada a outras grandes cidades lituanas através de rodovias. As cidades com as quais ela esta conectada são: Kaunas (102 quilômetros), Siauliai (214 quilômetros) e Panevezys (135 quilômetros).

A área atual de Vilnius é de 402 quilômetros quadrados. Os prédios ocupam 29,1% da cidade; áreas verdes ocupam 68,8%; e regiões, áreas onde há presença de água ocupam 2,1%.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Vilnius está situada num vale formado pelo rio Viliya e rodeado quase completamente por montanhas arborizadas. Encontra-se a 105 km a sudeste de Kaunas

População[editar | editar código-fonte]

A população de Vilnius é composta por: 57,8% lituanos, 18,7% polacos, 14% russos, 4% bielorrussos e 5,5% outras nacionalidades.

Vista Geral de Vilnius.

Economia[editar | editar código-fonte]

Vilnius é o principal centro econômico da Lituânia e um dos maiores centros financeiros dos Estados Bálticos. Mesmo que tenha somente 15% da população lituana, Vilnius produz cerca de 35% do PIB.

Conforme mostra as pesquisas, o PIB da capital baseado na paridade do poder aquisitivo, em 2005 o PIB per capita foi de US$ 33 100, superior à média da União Europeia.

Vilna é também o maior centro administrativo da Lituânia com todos os principais centros políticos, econômicos, sociais, e culturais do país.

Cultura judaica[editar | editar código-fonte]

A cidade de Vilnius (em ídiche: Vilne) até ao holocausto era um dos maiores centros mundiais de cultura e teologia judaicas. Um dos nomes hebraicos da cidade é Jerusalém da Lituânia, por causa da grande quantidade de teólogos e religiosos judaicos na cidade.

Referências

  1. «NATO preocupada com a situação na Geórgia mas não hostiliza Moscovo». Público.pt. 12 de agosto de 2008. Consultado em 19 de janeiro de 2012 [ligação inativa]
  2. Grafia adoptada por alguns órgãos da União Europeia – página 46[ligação inativa]
  3. a b Rocha, Carlos (3 de maio de 2010). «A capital da Lituânia: Vilnius e Vilna». Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Consultado em 19 de janeiro de 2012 
  4. Serviço das Publicações da União Europeia. «Anexo A5: Lista dos Estados, territórios e moedas». Código de Redacção Interinstitucional. Consultado em 19 de janeiro de 2012 
  5. Instituto Internacional da Língua Portuguesa. «Vílnius». Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa. Consultado em 28 de maio de 2017 
  6. «Vilnius, capital da Lituânia». Viagem Valiosa. 18 de Outubro de 2017. Consultado em 23 de novembro de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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