Caracol

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaStylommatophora
caracol
Nesta imagem podemos observar um caracol muito comum que costuma aparecer em jardins, ao lado podemos observar plantas espirais chamadas de Echeveria.
Nesta imagem podemos observar um caracol muito comum que costuma aparecer em jardins, ao lado podemos observar plantas espirais chamadas de Echeveria.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Moluscos
Classe: Gastrópode
Ordem: Pulmonata
Subordem: Stylommatophora

Caracóis são os moluscos gastrópodes terrestres[1] de concha espiralada calcária, pertencentes à subordem Stylommatophora, que também inclui as lesmas. São animais com ampla distribuição ambiental e geográfica. Respiram através de um poro respiratório.

O nome[editar | editar código-fonte]

Caramujo-gigante-africano

O nome "caracol" vem de "cochleolus" e, no Brasil e em certas partes de Portugal, é usado principalmente para as espécies terrestres, enquanto que as espécies aquáticas são chamadas caramujos. A espécie Achatina fulica, introduzida de forma ilegal no Brasil, é conhecida como "caramujo-gigante-africano".[2]

Características principais[editar | editar código-fonte]

As diversas espécies de caracóis se distinguem especialmente pela concha que é, na verdade, o esqueleto externo do animal. Essa concha é feita de calcário, e pesa pouco mais de um terço do peso total do animal.

Os caracóis não têm audição e utilizam especialmente os sentidos do tato e do olfato que se situam em todo o corpo mas principalmente nas antenas, já que pouco enxergam com os olhos situados nas pontas das antenas maiores.

Ao lado da boca fica o aparelho genital e a entrada e saída do ar dos pulmões, o pneumóstoma, que fica embaixo da concha. O tempo de vida dos caracóis varia entre 2 e 5 anos livres na natureza, podendo chegar até 25 em cativeiro.[3] Eles podem dormir por até três anos, ou seja, 10% de todo o seu tempo de vida.[4][5]

É comum encontrarmos caracóis terrestres nos jardins, hortas e pomares, pois eles se alimentam de diversos tipos de plantas. As poucas espécies carnívoras alimentam-se de minhocas ou de outros caracóis e lesmas. Os caracóis terrestres são encontrados em ambientes de solo úmido, não encharcado e são difíceis de ser observados durante o dia, uma vez que grande parte de suas atividades ocorrem durante a noite.

Nutrição[editar | editar código-fonte]

Pequeno caracol de jardim

Os caracóis são essencialmente herbívoros pois comem verduras como a couve e a alface, frutos carnosos como a melancia, banana e maçã, e ração rica em cálcio. São animais de hábitos noturnos e vorazes, pois comem uma grande quantidade de alimentos. Mas essa voracidade está diretamente relacionada ao clima e às estações do ano: não se alimentam por vários dias em clima seco e quente mas consomem diariamente cerca de 40% de seu peso nos dias frescos.

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Os caracóis são animais hermafroditas incompletos, ou seja, cada um possui os 2 sexos, mas precisam de um parceiro para realizar a cópula ou acasalamento e a fecundação.

Eles formam casais e copulam em média 4 vezes por ano num contato que pode durar até 10 horas. A gestação dura cerca de 16 dias quando então cada parceiro procura um lugar úmido, limpam a superfície e cavam com a cabeça de 5 a 10 cm para aí colocarem os ovos. Cada um deposita, em média, 100 a 300 ovos dependendo da espécie.

O caracol pode ser reproduzido em viveiro sob condições controladas.

Uso culinário[editar | editar código-fonte]

Especialidade francesa: Escargots à bourguignone

Os caracóis são considerados como iguarias em Portugal e em vários países. Também são bastante apreciados na França e Itália onde são chamados de escargots e lumache, respectivamente.

Espécies comestíveis[editar | editar código-fonte]

Helix aspersa, uma das espécies utilizadas na preparação do escargot

O preparo[editar | editar código-fonte]

Em geral, os caracóis são colocados em jejum por cerca de 5 dias. Durante esse período e dependendo do criador, os animais serão alimentados apenas com água, vinho branco ou ervas aromáticas como agrião, salsa, cebolinha.

Uso cosmético[editar | editar código-fonte]

Apesar de incomum e um tanto quanto exótico, esta substância é obtida da baba do caracol Cantareus aspersus que age estimulando a produção de fibroblastos aumentando os níveis de colágeno e elastina na pele, e assim, temos mais firmeza na pele. Contém enzimas que contribuem na reparação e cicatrização da pele, além de ser hidratante e antioxidante. Como consequência, a síntese de colágeno e elastina é exacerbada e a velocidade de reparação da pele é normalizada, suavizando as rugas e devolvendo densidade, brilho e uniformidade à pele envelhecida.

O extrato de caracol ainda pode conter vitaminas revitalizantes e antioxidantes, alantoína natural com grande potencial cicatrizante, antibiótico natural (efetivo contra diferentes tipos de bactérias) e ácido glicólico que confere à “baba” suave efeito esfoliante ao lado das enzimas.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Dicionário Michaelis - Caracol
  2. Santana Teles, Horácio Manuel., Faria Vaz, Jorge., Roberto Fontes, Luiz e Domingos, Maria de Fátima. 1997. Registro de Achatina fulica Bowdich, 1822 (Mollusca, Gastropoda) no Brasil: caramujo hospedeiro intermediário da angiostrongilíase.Rev. Saúde Pública, 31(3): São Paulo jun.
  3. Croft, August. «Snail Lifespan: How Long Do Snails Live?» 
  4. Sleep homeostasis: Progress at a snail's pace (em inglês)
  5. First evidence of sleep in snails (em inglês)
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